Bancada por William Bonner, a escalação de Maria Júlia Coutinho, a Maju, para cobrir a Conferência do Clima em Paris gerou desconforto nos bastidores da Globo. O principal argumento dos descontentes é que Maju é uma especialista em previsão do tempo, não em meio ambiente, tema do qual tratará a cúpula que reunirá os principais chefes de Estado, entre eles Barack Obama, e que ganhou ainda mais atenção depois dos ataques terroristas do último dia 13.
Com abertura na próxima segunda-feira (30), 21ª Conferência do Clima (COP 21) terá como principal objetivo traçar um acordo internacional pela redução da emissão de gases que causam o efeito estufa e o consequente aquecimento do planeta. Não é, portanto, um assunto que uma boa moça do tempo como Maju deva estar alheia.
Mas, mesmo assim, a chiadeira nos corredores da Globo tem sido grande. A reprovação atinge diferentes níveis hierárquicos, de chefes a produtores que gostariam de cobrir o evento. Além de Maju ter sido uma imposição de Bonner, editor-chefe do JN, pesa o fato de ela estar apresentando o tempo no principal telejornal da casa há apenas sete meses. Com um jeito mais informal de apresentar o tempo, referindo-se a Belo Horizonte como Beagá, por exempolo, Maju virou a principal referência das reformas feitas no JN e assim conquistou a simpatia do poderoso Bonner.
Os críticos da escolha de Maju para a COP-21 já estão fazendo piada com o assunto. Dizem que a jornalista vai a Paris para dizer como estará o tempo no dia seguinte em cidades como Washington e Moscou, não para cobrir as decisões da cúpula. Indignados, insistem que a emissora deveria enviar a Paris jornalistas com experiência em cobertura de política e assuntos internacionais, já que o que se fará em Paris é política.
Procurada, a Globo não comentou o assunto nem revelou os demais profissionais que serão destacados para a cobertura da Conferência do Clima de Paris. A emissora informou apenas que não é a primeira vez que uma apresentadora do "mapa do tempo" vai a uma cúpula mundial de meio ambiente. Lembra que Flávia Freire já foi a uma delas.
Fonte: UOL